Mais uma promessa de campanha do presidente Bolsonaro
subiu no telhado: a redução do número de ministérios pela metade. Ontem, após
reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o líder do Governo no Senado,
Fernando Bezerra Coelho (MDB), anunciou que o Ministério do Desenvolvimento
Regional será dividido em dois e serão recriados os ministérios das Cidades e
da Integração Nacional.
O Governo já tem 22 ministérios, sete a mais do que o
prometido inicialmente pelo presidente. Dezesseis pastas ficam na Esplanada,
quatro no Palácio do Planalto e outros dois são transitórios. A Advocacia-Geral
da União (AGU) e o Banco Central (BC), mais na frente, devem perder o status
após mudanças legislativas. Ao fundir ministérios, a intenção anunciada pelo
presidente foi reduzir custos.
Em alguns casos, porém, a unificação redundou em perda de
protagonismo. Na pré-campanha, Bolsonaro disse que transformaria o Ministério
da Cultura em uma secretaria, porque a pasta seria “apenas centro de
negociações da Lei Rouanet”. A Cultura acabou sendo integrada ao
Desenvolvimento Social e a Esportes no novo Ministério da Cidadania.
A escalação do Ministério foi marcada por idas e vindas e
indefinições quanto ao novo organograma. O destino da Fundação Nacional do
Índio (Funai), por exemplo, foi um impasse. Alvo de críticas de Bolsonaro e
área constante de entraves que costumam resultar em protestos, a fundação virou
pivô de um jogo de empurra. Atualmente ligada ao Ministério da Justiça, a Funai
esteve cotada para ser transferida para as pastas da Cidadania, da Agricultura
e acabou nos Direitos Humanos.
A articulação política, por sua vez, foi disputada entre
a área militar e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que ganhou a
disputa. Com o aumento de pastas, o Governo, na verdade, se rende à velha
política de loteamento de cargos para tentar aprovar a reforma da Previdência
que tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O Centrão, o MDB e PP
estão travando uma batalha no Congresso pelo arrebate dos novos ministérios.
(Blog do Magno Martins)
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