quinta-feira, 12 de junho de 2025

O primeiro grito de independência

Eleito pela maioria dos bolsonaristas, filiado a um partido do Centrão, o Republicanos, o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (PB), endureceu, ontem, a sua postura autônoma com o Governo. Pressionado pelos colegas que querem a liberação imediata das emendas e rejeitam o jogo do governo pela aprovação de medidas de aumento de receita, foi curto e duro.

“Não estou no cargo para servir a projeto político de ninguém”, disse, em referência ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado criticou as novas propostas articuladas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para compensar a revogação parcial do decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Dentre as medidas, o Executivo quer taxar investimentos hoje isentos, como a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário). “Apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha trazer aumento de impostos sem o governo apresentar o mínimo de dever de casa do ponto de vista do corte de gastos não será bem aceito pelo setor produtivo nem pelo Congresso”, reiterou.

Suas declarações se deram no evento Brasília Summit, do Lide. O congressista acrescentou que as medidas fiscais “deverão ter uma reação muito ruim”, “não só dentro do Congresso, mas também no empresariado”. A MP que aumenta impostos para compensar o novo decreto do IOF saiu no Diário Oficial de ontem. O governo Lula elevou o tributo em maio com a expectativa de injetar R$ 19 bilhões nas contas públicas em 2025.

A equipe econômica aceitou amenizar as determinações depois de pressões econômicas e políticas. Os recursos diminuirão a receita extra para aproximadamente R$ 6 bilhões em 2025 e R$ 12 bilhões em 2026. Depois, o governo precisou apresentar as alternativas. Até o momento, incluem-se só aumentos de outros impostos. Não foi discutido corte de gastos.

COBRANÇA DE EMENDAS – Após cantar de galo, o presidente da Câmara dos Deputados ligou para a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para reclamar da demora no pagamento das emendas impositivas, que tem execução obrigatória. Segundo informações do portal G1, Motta disse à ministra que o governo terá dificuldades em aprovar qualquer medida que chegue à Câmara. Entre elas, as que foram apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a congressistas no domingo passado para aumentar a arrecadação.

Camila Emerenciano

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escolas Municipais Francisco Alcivan Pinto e 12 de Outubro recebem Prêmio Potiguar Escola Alfabetizadora

Escola Municipal 12 de Outubro Escola Municipal Francisco Alcivan Pinto Premiação reconhece o trabalho coletivo de alunos, professores e com...