Crescimento de vendas se mantém consistente ao
longo de 2024 com alta real de 5,9% no ano, segundo levantamento do IBGE. Foto:
Alex Régis
Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira
(9) revelam um desempenho positivo do comércio varejista do Rio Grande do
Norte. Com um crescimento expressivo de 6,4% no índice de volume de vendas em
novembro de 2024, na comparação com o mesmo mês de 2023, o estado potiguar está
acima da média nacional, que registrou uma alta de 4,7%, consolidando um ciclo
de 12 meses consecutivos de alta interanual. O resultado coloca o RN como o
quinto melhor do Nordeste e é visto com otimismo por especialistas e
comerciantes.
Segundo William Figueiredo, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio RN), a boa performance do comércio potiguar é vista como reflexo da recuperação econômica do estado e do país, além de um comportamento mais calculado dos consumidores em relação ao momento das compras. O crescimento também se mantém consistente ao longo de 2024 com alta real de 5,9% no ano para as vendas.
“Com o passar dos anos, a população começa a entender mais sobre a Black Friday [período promocional no comércio que acontece na última sexta-feira de novembro], então vai se preparando para aquele momento propício para se fazer compras. Além disso, também tem a questão da ampliação da Black Friday, em que o empresário aumenta o número de dias com boas condições, pega uma onda maior e consegue sair na frente das vendas”, explica William Figueiredo.
Karla Lima, 31 anos, vendedora há quatro anos, notou que as compras de novembro, impulsionadas pelas promoções da Black Friday, superaram as expectativas em relação a 2023, especialmente entre as clientes que compram presentes para amigos e familiares. “A Black Friday foi um sucesso, eram promoções muito atrativas, mesmo aqui na Cidade Alta não tendo o mesmo fluxo de clientes que os grandes shoppings da cidade têm”, afirma Karla, que trabalha em uma loja de calçados.
Com base nos dados do IBGE, o estado com maior crescimento no índice de volume de vendas no comércio varejista, entre novembro de 2024 e novembro de 2023, foi Roraima com 14,9%, seguido do Rio Grande do Sul com 11,6% e Amapá com 10,5%. Já no recorte do Nordeste, o ranking é liderado por Alagoas (10,0%), seguido por Ceará (7,9%), Paraíba (7,5%), Piauí (7,3%), Rio Grande do Norte (6,4%) e Sergipe (6,2%). Bahia (5,8%), Pernambuco (5,1%) e Maranhão (3,7%) registraram os três menores crescimentos da região.
Apesar desses números positivos para os potiguares, a Pesquisa Mensal de Comércio também relevou uma queda no volume de vendas no comparativo de novembro de 2024 em relação a outubro de 2023. Nesse período, o Rio Grande do Norte registrou um declínio de -1,1%, número superior à média nacional de -0,4%. William Figueiredo explica que isso acontece em razão da retirada do período da BlackFriday na composição dos dados.
“O IBGE olha que a Black Friday é um período sazonal, ou seja, é algo que só acontece em novembro, então ele tem um ‘boom’ de vendas que não é viável comparar com o mês anterior. É diferente do comparativo de novembro de 2024 com novembro de 2023, que você tem o mesmo período promocional em ambos os meses”, esclarece o economista da Fecomércio. Ele também aponta que os períodos estendidos da Black Friday são retirados da pesquisa, gerando um comparativo desproporcional em número de dias com outubro.
Fernando Xavier, 64 anos, dono de uma loja de roupas na Cidade Alta, também observou um crescimento no volume de vendas durante o período de Black Friday. “No começo de novembro a movimentação foi menor, pois muitos se planejaram para fazer compras durante as promoções do fim do mês e depois houve esse crescimento”, explica. Para ele, a primeira parcela do 13º salário, recebida em novembro, impulsionou as compras no mês, enquanto a segunda parcela, normalmente destinada para presentes e alimentação, também teve um impacto positivo no comércio no final de ano.
Economista projeta cenário de otimismo
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