Ministério do Meio Ambiente
lança projeto para apoiar os municípios no desenvolvimento de planos voltados
às mudanças do clima.
O Governo do Estado do Rio
Grande do Norte aderiu ao projeto AdaptaCidades, uma iniciativa do Ministério
do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), lançada em dezembro de 2024 por meio
da Portaria GM/MMA nº 1.256. O programa tem como objetivo oferecer apoio
técnico e estratégico para que estados e municípios brasileiros desenvolvam
planos locais ou regionais de adaptação às mudanças climáticas.
O AdaptaCidades faz parte do
programa Cidades Verdes Resilientes e conta com o apoio dos Ministérios da
Ciência, Tecnologia e Inovação e das Cidades. A iniciativa busca promover a
integração entre diferentes esferas governamentais para fortalecer políticas de
adaptação e resiliência climática. A adesão à iniciativa permite que estados e
municípios tenham acesso a capacitações, informações estratégicas e recursos
financeiros para a elaboração de seus planos.
Esses planos auxiliarão os
municípios na identificação de vulnerabilidades locais e na implementação de
medidas concretas para proteger comunidades e infraestruturas críticas. Além
disso, serão fornecidas informações e ferramentas para análise de riscos
climáticos, planejamento e execução de ações adaptativas, bem como articulação
entre os governos municipal, estadual e federal.
O programa oferece apoio do
Governo Federal nas frentes de capacitação técnica para o planejamento de
adaptação à mudança do clima; disponibilização de informações sobre riscos
climáticos em nível municipal e regional; orientação metodológica para a
construção dos planos de adaptação; mentoria e treinamento para a elaboração
dos planos municipais e regionais; fortalecimento da governança multinível para
monitoramento das estratégias de adaptação.
O diretor técnico do Idema,
Thales Dantas, comentou que o Brasil, com sua diversidade geográfica e climática,
enfrenta desafios significativos na implementação de políticas públicas
voltadas ao enfrentamento das mudanças do clima. “A adesão ao AdaptaCidades
representa um passo importante para fortalecer ações locais e regionais,
tornando-as mais eficazes e alinhadas às necessidades específicas de cada
território”, disse.
Dantas acrescentou, ainda, que
o aumento na frequência dos eventos extremos reforça a necessidade de um
planejamento estruturado para minimizar danos e proteger populações
vulneráveis.
Implementação no RN
Recentemente, o Idema, por meio
da Portaria nº11/2025-DG que institui a Câmara Técnica sobre Mudanças do Clima
e Desertificação (CTMC), criou o Núcleo de Mudanças do Clima e Desertificação
(NMCD). A CT possui como objetivo geral a discussão, planejamento e execução de
projetos e pesquisas acerca das causas e efeitos da Desertificação e Mudança do
Clima no Rio Grande do Norte, articulando iniciativas de mitigação e adaptação
com vistas à execução da Agenda Climática do Estado.
A supervisora do Núcleo de
Mudanças do Clima e Desertificação do Idema, Wanessa Dunga, destacou que o MMA
utilizou uma metodologia para mapear os municípios com maior vulnerabilidade
climática nos estados. A partir desse diagnóstico, foi elaborado um ranking
para direcionar a elaboração dos planos de adaptação.
"Com a adesão ao
AdaptaCidades, o Rio Grande do Norte fortalece seu compromisso com a
resiliência climática, promovendo políticas públicas eficazes para enfrentar os
desafios ambientais do presente e do futuro. Neste momento, o objetivo do
Ministério é auxiliar os estados na construção de planos de adaptação, e não de
mitigação. Estamos na etapa de adesão e, em seguida, será feita a seleção dos
municípios contemplados", explicou Wanessa.
Segundo a supervisora, o Idema
está trabalhando em conjunto com o Núcleo de Apoio à Gestão Ambiental dos
Municípios do RN (NAGAM) para viabilizar a elaboração dos planos. "Os
planos podem ser desenvolvidos por consórcios, abrangendo um maior número de
municípios e habitantes. Nos próximos dias, teremos uma reunião com a Federação
dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), seguida de encontros com
consórcios intermunicipais e gestores municipais para darmos continuidade às
etapas", acrescentou.
Para Wanessa, um dos principais
benefícios do projeto é a descentralização do planejamento climático, que passa
a ser estruturado em nível municipal. "Antes, as estratégias eram
definidas de forma mais ampla, em nível nacional. Agora, buscamos um
planejamento mais localizado, adaptado às realidades específicas de cada
município. Isso permitirá ações mais direcionadas e efetivas, considerando a
diversidade presente dentro de cada estado e município", pontuou.
Estrutura ambiental local
O fortalecimento da estrutura
administrativa municipal é essencial para o sucesso da iniciativa. Estados e
municípios devem contar com secretarias dedicadas ao meio ambiente e mudanças
climáticas, além de conselhos ou fóruns específicos e um corpo técnico
qualificado. Dispor de infraestrutura adequada e ferramentas apropriadas também
será fundamental para ter oportunidades oferecidas por programas nacionais e
internacionais, garantindo melhor qualidade de vida para a população.
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