Por Magno Xavier
Em janeiro de 2025, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) indicou um crescimento de 0,9%, enquanto o Monitor do PIB-FGV apontou para uma expansão de 0,3%. Apesar da diferença, ambos os indicadores sinalizam crescimento, embora o mercado financeiro projete uma desaceleração para o restante do ano, a OCDE por exemplo, já reduziu a previsão de crescimento do Brasil em 2025, de 2,3% para 2,1%. Parte significativa desse avanço no início do ano se deveu a supersafra de grãos, portanto, sazonal.
A taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano encarece o crédito e pode frear o crescimento econômico. A manutenção das taxas de juros nos EUA pelo FED influencia o fluxo de capitais e pode pressionar a inflação no Brasil. Diante disso o Ministério da Fazenda elevou de 4,8% para 4,9% a projeção de inflação oficial para 2025, o que pode pressionar a Selic até 15% ou 15,25% neste ano.
Na ceara política, as pesquisas de opinião de março de 2025 continuam mostram uma desaprovação do governo Lula muito superior à aprovação, segundo o Instituto Genial/Quest, 88% dos agentes do mercado financeiro rejeitam o atual Governo; e o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também enfrenta desafios de popularidade, a mesma pesquisa aponta que 58% rejeitam o mesmo. Isso impacta o Orçamento de 2025 de R$ 5,8 trilhões, aprovado com um teto de gastos de R$ 2,2 trilhões, aloca recursos para diversos setores e prevê um superávit primário exagerado de R$ 15 bilhões, outros R$ 50 bilhões será destinado a “emendas parlamentares”. Já para investimentos o valor “pífio” ficou em R$ 89,4 bilhões.
A combinação de dados de crescimento mais modestos, altas taxas de juros, expansão fiscal orçamentária e um cenário global incerto sugere uma tendência de desaceleração da economia brasileira em 2025. Isso traz desafios como a redução da demanda e o aumento do custo do crédito. No entanto, também abre oportunidades para otimização de custos, inovação e atuação em setores específicos impulsionados pelo orçamento público.
Portanto, o cenário macroeconômico de 2025 exige dos empreendedores brasileiros cautela e adaptabilidade. A análise constante dos indicadores e a capacidade de ajustar estratégias serão cruciais para navegar pelos desafios e aproveitar as oportunidades em um ambiente econômico em transformação.
Magno Xavier - economista e especialista em gestão de empresas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário