Na sua ida ontem ao Congresso, para falar sobre o
escândalo do INSS na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização,
Controle e Defesa do Consumidor, do Senado, o ministro da Previdência, Wolney
Queiroz, não se intimidou em nenhum momento, nem mesmo quando instigado pelo
senador Sérgio Moro (UB-PR) tentou constrangê-lo.
Teve, aliás, um bate-boca ríspido com o ex-juiz da Lava Jato e agora senador pelo Paraná. “Um servidor em 2020 denunciou à PF que havia descontos indevidos, que havia fraude. Essas denúncias foram feitas em 2020, senador. Parece que Vossa Excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, disparou Wolney.
Moro rebateu. Disse que Wolney era secretário-executivo e se omitiu ao saber do escândalo durante uma reunião com o ex-ministro Carlos Lupi. “Esses fatos nunca chegaram ao meu conhecimento, mas ao senhor sim”, retrucou o senador, sendo em seguida questionado pelo ministro: “Vossa Excelência, como ministro, também não acompanhou, não tinha conhecimento?”, perguntou Wolney.
No seu depoimento, Wolney se desvinculou das nomeações feitas durante a gestão de Lupi, como o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e o ex-procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho. “Eram funcionários de carreira. Foram, então, escolhidos pelo então ministro Carlos Lupi. Não participei da nomeação, da escolha, não opinei sobre nenhum quadro”, afirmou.
Ele disse também que “vai às últimas consequências” para apurar as fraudes no INSS. Wolney respondeu aos questionamentos da oposição afirmando que as fraudes não começaram no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“As fraudes não começaram agora, mas terminaram neste governo. Foi nosso governo que pôs fim aquela farra para preservar os aposentados e punir aquelas associações. O presidente Lula já determinou que doa a quem doer, essa investigação vai até o fim para responsabilizar todos aqueles que estão envolvidos nas fraudes, não vai haver proteção a ninguém”, disse.
LADRÃO NA CASA – Em todos os momentos da sua defesa, Wolney tentou afastar o governo Lula das fraudes com descontos em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Afirmou que uma brecha aumentou o número de empresas que faziam cobranças indevidas. Citou um dispositivo inserido em medida provisória pondo fim à revalidação dos descontos associativos, em 2022. Segundo ele, isso levou a um aumento no número de empresas fraudulentas. “É nesse momento, entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa. Porque o fim da revalidação e a expectativa anterior que houvesse revalidação fez com que 11 novas associações se credenciarem no INSS”, afirmou.
por Magno Martins
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