segunda-feira, 28 de julho de 2025

Base do presidente Lula no RN poderá se dividir novamente nas eleições de 2026

Fotos: Divulgação

O Rio Grande do Norte é um dos estados do Nordeste onde a base do presidente Lula (PT), que tem na região seu principal reduto eleitoral, enfrenta problemas faltando um ano para as convenções partidárias que definirão as candidaturas que disputarão o pleito de 2026. O possível racha que vem se desenhando envolve a governadora Fátima Bezerra (PT) e a senadora Zenaide Maia (PSD), eleitas pela mesma coligação em 2018.

O assunto que já vem sendo noticiado há meses na imprensa local foi tema de reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”. A publicação destaca a candidatura do senador oposicionista Styvenson Valentim (PSDB) como um “problema para a base de Lula”, em razão da liderança dele nas pesquisas de intenção de voto, apontando para uma disputa entre Fátima e Zenaide pela segunda vaga ao Senado.

A matéria cita que as duas se distanciaram desde o ano passado em razão da disputa em São Gonçalo do Amarante, quando a governadora apoiou a candidatura à reeleição do ex-prefeito Eraldo Paiva (PT) contra o esposo da senadora, o atual prefeito Jaime Calado (PSD).

De acordo com o jornal, como as duas disputarão a segunda vaga, não haveria sentido para uma aliança entre Zenaide e Fátima.

Vice-líder do governo federal no Senado, Zenaide vem emitindo sinais de rompimento com o PT, cujo pré-candidato a governador é o secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier.

Zenaide, ao que tudo indica, deverá apoiar a pré-candidatura a governador do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra. Foto: Divulgação

Ao que tudo indica, a senadora deverá apoiar o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), pré-candidato ao Governo do Estado, que apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Allyson Bezerra não dá pistas sobre quem apoiará no próximo ano para a Presidência da República, mas, dado seu antagonismo com o PT no Rio Grande do Norte, é muito improvável que declare voto no presidente Lula.

A reportagem lembra, ainda, que a divisão da base lulista nas eleições de 2022 facilitou a vitória do senador bolsonarista Rogério Marinho (PL). O PT, naquele ano, apoiou a candidatura do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), que havia sido adversário da governadora Fátima Bezerra em 2018.

Uma parcela do eleitorado de esquerda, inconformada com a aliança, votou na candidatura do ex-deputado federal Rafael Motta (Avante), que à época apresentava-se como “o verdadeiro candidato a senador de Lula no RN”. A cisão no campo progressista ajudou Rogério Marinho a derrotar Carlos Eduardo.

PT quer Zenaide no palanque de Cadu e Fátima

Caduz afirma que decisão sobre aliança cabe exclusivamente a Zenaide. Fotos: Divulgação

O PT, apesar das sinalizações contrárias da senadora, ainda sonha em ter Zenaide no palanque do seu pré-candidato a governador, Cadu Xavier, no próximo ano, fazendo dobradinha com a governadora Fátima.

A composição é considerada estratégica para manter a base progressista unida no Rio Grande do Norte, impedindo uma possível vitória do campo conservador, dividido entre as pré-candidaturas a governador de Rogério Marinho e de Allyson Bezerra, nas eleições de 2026.

Zenaide, no entanto, tem evitado se comprometer. Em entrevistas recentes, ela adotou uma postura ambígua, preferindo manter margem de manobra para definir sua posição apenas mais à frente.

A senadora afirmou que ainda “tem muita água para correr debaixo da ponte” antes das definições sobre as eleições de 2026, mas admitiu que, em razão da dinâmica local, em algumas cidades haverá dobradinha com a governadora. Ao mesmo tempo, ela evitou se comprometer com uma aliança formal com Fátima.

Hesitação de Zenaide preocupa PT

Essa hesitação tem deixado petistas em estado de alerta, especialmente porque, assim como ocorreu no contexto de 2018 e de 2022, o cenário do próximo ano será marcado por uma disputa acirrada entre projetos antagônicos para o RN e o Brasil.

Cadu Xavier afirmou que o partido não descarta a aliança com a senadora, mas ponderou que a decisão “compete exclusivamente a ela”.

Para o pré-candidato petista, “seria extremamente positivo que ela estivesse conosco em 2026”, mas observou que essa decisão não é uma “prerrogativa do PT, de Cadu ou de Fátima”.

“Então, a gente tem dado esses sinais de que gostaríamos de tê-la conosco no nosso palanque, mas é uma decisão da senadora. Não há descarte de forma alguma, mas quem pode dar essa sinalização se estará com a gente ou não é ela. A nossa intenção é que ela esteja conosco no nosso palanque”, reiterou.

A vereadora Samanda Alves, presidente eleita do diretório estadual do PT, também fez acenos à senadora Zenaide Maia, defendendo uma aliança dela com a governadora Fátima Bezerra.

A dirigente, no entanto, disse que o partido precisa se preparar para ter um “Plano B” caso a dobradinha não se concretize. Zenaide, por enquanto, segue em silêncio sobre os acenos do PT.

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