Segundo o secretário, o “tarifaço” atinge 96% dos
produtos potiguares exportados para os EUA - Foto: Mayane Lins
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande
do Norte (Sedec), Alan Silveira, afirmou, em entrevista ao
programa Repórter 98, da rádio 98FM, que os efeitos reais do aumento
tarifário imposto pelo governo dos Estados Unidos às exportações brasileiras só
poderão ser medidos no início de setembro, quando serão divulgados os dados
consolidados da balança comercial referentes a agosto pelo sistema Comex Stat.
“Não temos como apresentar um número preciso antes disso.
É nesse momento que poderemos dizer se houve perda, onde ocorreu e em que
proporção”, disse Silveira, em entrevista. Apesar da ausência de dados
definitivos, o governo do Estado já projeta um impacto médio de R$ 1,5 milhão
por mês para as empresas afetadas.
Segundo o secretário, o “tarifaço” atinge 96% dos
produtos potiguares exportados para os EUA. Apenas o óleo de combustível e a
castanha de caju, que juntos representam 44% do valor exportado, mas apenas 4%
do volume, foram taxados com alíquota reduzida de 10%. Os demais entraram na
lista de até 50% de sobretaxa. Entre os mais prejudicados estão o sal mineral,
o pescado, produtos de confeitaria, a cana-de-açúcar e parte da fruticultura.
Silveira destacou que, antes mesmo da entrada em vigor da
medida, o Estado elaborou, em parceria com o setor produtivo, um plano para
mitigar as perdas e condicionar o apoio à manutenção dos empregos. Estimativas
feitas junto à Federação das Indústrias do RN (Fiern) indicam que, sem qualquer
ação compensatória, poderiam ter sido cortados mais de 20 mil postos de
trabalho.
A fruticultura, que destina 95% da produção à Europa,
segue como um dos setores menos atingidos e foi determinante para o saldo
positivo de geração de empregos registrado pelo Estado nos últimos meses.
Paralelamente, empresas e sindicatos buscam alternativas, como novos mercados e
ajustes logísticos, para reduzir a dependência do mercado norte-americano.
“Nossa expectativa é que, até o fim do ano, o diálogo com
o governo dos Estados Unidos avance e possamos reverter essa situação. Mas, até
lá, seguiremos monitorando e apoiando as empresas”, concluiu o secretário.
Fonte: 98 FM DE NATAL
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