Foto: Divulgação/Correios
A situação financeira dos Correios se deteriora
rapidamente e já compromete o equilíbrio das contas públicas. Em meio ao pior
cenário da última década, a estatal acumula prejuízo superior a R$ 4 bilhões no
primeiro semestre de 2025 — valor que pode alcançar R$ 10 bilhões até dezembro.
Em 2024, o déficit já havia passado de R$ 2,5 bilhões, agravando uma sequência
de anos negativos. Antes dominante no mercado de encomendas, a empresa viu sua
fatia despencar para cerca de 25% devido à falta de investimentos e à
concorrência mais moderna.
O rombo crescente obrigou o governo federal a revisar
suas projeções para as estatais, elevando a estimativa de déficit de R$ 6
bilhões para R$ 9 bilhões em 2025. Como a nova regra fiscal exige compensações
quando as empresas públicas ultrapassam o limite estipulado, o Executivo
precisou contingenciar R$ 3 bilhões do orçamento dos ministérios. Economistas
alertam que a crise exige medidas profundas, incluindo a revisão de atividades
e até abertura ao capital privado, dada a dificuldade dos Correios em investir
e se modernizar.
Para enfrentar o quadro crítico, a direção da estatal
lançou um plano de reestruturação que prevê cortes de despesas, parcerias e
busca por novos financiamentos. O pacote inclui um programa de demissão voluntária
voltado à redução de 10 mil dos atuais 83 mil funcionários, o fechamento de
cerca de mil agências deficitárias e a venda de imóveis para levantar
aproximadamente R$ 1,5 bilhão. A estatal também avalia fusões, aquisições e
negociações de empréstimos que podem chegar a R$ 20 bilhões.
Mesmo com o plano, especialistas avaliam que a reversão
do quadro só será possível com mudanças estruturais. Para analistas, a
governança da empresa precisa ser profissionalizada e aberta à participação
privada, como ocorre em modelos internacionais. Na visão de economistas, uma
gestão técnica e independente poderia definir quais áreas devem permanecer sob
controle estatal e quais poderiam ser privatizadas ou operadas em parceria,
garantindo eficiência e continuidade dos serviços postais no país.
Com informações do G1
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