Por Rinaldo Remígio*
Trabalho desde os 14 anos de idade. Comecei vendendo
picolé, ajudando feirantes nas ruas e aprendendo, na prática, que o esforço é o
único caminho digno para chegar a algum lugar. Fui office boy, menor aprendiz,
escriturário, almoxarife e encerrei minha trajetória como professor
universitário, tendo a honra de ocupar o cargo mais alto de uma instituição por
oito anos. Nada veio fácil, mas tudo foi conquistado com trabalho, perseverança
e fé.
Nunca precisei de bolsas ou favores do governo. Não por
orgulho, mas por convicção. Sempre acreditei que o ser humano cresce quando
enfrenta os desafios e não quando se acomoda à sombra da dependência. É
lamentável ver tanta gente capaz, jovem e saudável, preferindo viver à custa de
programas assistenciais, esperando o benefício cair na conta enquanto o tempo —
e as oportunidades — passam.
O assistencialismo, quando necessário e temporário, é
justo e humano. Mas quando vira estilo de vida, transforma-se em prisão
invisível. Cria uma geração que se contenta com pouco, que troca a liberdade
pela dependência e que esquece o valor da conquista.
Infelizmente, ainda vemos algumas lideranças políticas
brincando com palavras, tentando justificar discursos populistas e, depois,
dizendo que foram mal interpretadas — como se um pedido de desculpas apagasse o
incentivo à acomodação. É importante que os programas sociais existam, sim,
pois têm papel essencial em momentos de dificuldade. Mas é preciso lembrar: a
dependência é uma doença que enfraquece o caráter e destrói a vontade de crescer.
Trabalhar não é castigo, é privilégio. É por meio do
trabalho que se constrói o caráter, se conquista respeito e se alcança
independência. O que dignifica o homem não é o valor do auxílio que recebe, mas
o fruto do suor que ele produz.
Por isso, reafirmo: continuo acreditando na força do
trabalho, no mérito e na responsabilidade individual. Quem se acomoda na
dependência perde o brilho da vida ativa e o orgulho de ser dono do próprio
destino. O trabalho liberta; a dependência escraviza.
*Administrador de empresas, contador, professor universitário aposentado e mestre em Economia
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