Nos últimos anos, os criadores virtuais deixaram de ser
apenas uma curiosidade futurista para se tornarem protagonistas no mundo do
marketing digital, entretenimento e redes sociais. Personagens gerados por
inteligência artificial ou por animação 3D, como a influenciadora virtual Lil
Miquela, já acumulam milhões de seguidores, campanhas publicitárias com grandes
marcas e engajamento comparável – e, em alguns casos, até superior – ao de
influenciadores humanos. Isso levanta uma questão crucial: os criadores virtuais
já competem diretamente com pessoas de carne e osso?
O que são criadores virtuais?
Os criadores virtuais podem ser avatares digitais
controlados por equipes de produção ou personagens totalmente movidos por
inteligência artificial. Eles têm aparência humana ou estilizada e compartilham
conteúdos em plataformas como Instagram, TikTok e YouTube. Diferente dos
influenciadores tradicionais, não têm limitações físicas, não envelhecem, não
enfrentam escândalos pessoais e podem estar ativos 24 horas por dia.
Vantagens competitivas
As marcas veem nesses avatares um território seguro e
altamente controlável. Um criador virtual não “fala fora do script”, não sofre
com mudanças de humor e pode ser adaptado a diferentes culturas e idiomas de
maneira instantânea. Além disso, a estética impecável e a narrativa
cuidadosamente planejada criam um fascínio que atrai audiências jovens, cada
vez mais habituadas a interagir com personagens digitais em jogos e metaversos.
Outro fator é o custo-benefício: apesar do investimento
inicial alto em tecnologia e design, um influenciador virtual pode ser
utilizado em campanhas globais sem deslocamentos, cachês milionários ou
imprevistos. Isso torna o retorno sobre investimento bastante atrativo para as
marcas.
Desafios e limitações
Por outro lado, a falta de humanidade ainda é um
obstáculo. Os seguidores valorizam a autenticidade, e muitos consumidores se
conectam com influenciadores porque enxergam neles experiências reais,
vulnerabilidades e histórias pessoais. Um avatar, por mais realista que seja,
não sente emoções verdadeiras, o que pode limitar sua profundidade no
relacionamento com o público.
Além disso, existe o debate ético: até que ponto é
saudável para o público interagir com figuras artificiais sem clareza sobre sua
natureza? E como fica a concorrência com criadores humanos que dependem dessas
plataformas para sua renda?
Já são concorrência real?
A resposta é sim – mas com ressalvas. Em termos de
visibilidade, contratos e impacto, os criadores virtuais já disputam espaço com
influenciadores humanos, especialmente em campanhas publicitárias globais.
Contudo, eles ainda não conseguem substituir a autenticidade e a conexão
emocional que pessoas reais oferecem.
No futuro, a tendência é de coexistência. Marcas usarão
criadores virtuais em situações de maior controle e estética perfeita, enquanto
os influenciadores humanos continuarão a desempenhar o papel de conexão
emocional, autenticidade e experiência de vida. A linha entre o real e o
virtual seguirá cada vez mais tênue, mas, ao menos por enquanto, os humanos
ainda possuem uma vantagem insubstituível: a capacidade de sentir e transmitir
emoções verdadeiras. Baixar video Instagram
Conclusão: Criadores virtuais já não são mais ficção
científica. Eles estão entre nós, conquistando espaço e contratos milionários.
Mas a competição com humanos ainda não é de substituição total, e sim de
complementaridade – uma nova fase no ecossistema da influência digital, onde
realidade e ficção caminham lado a lado.
Fonte: Izabelly Mendes.
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