Por Larissa Rodrigues –
repórter do Blog do Blog do Magno Martins
Aos poucos o bolsonarismo vai ruindo. Uma derrota de cada
vez. Conseguiu chegar à Presidência da República, mas fez um governo que ficou
marcado na história como desastroso e cruel com a gestão negacionista da
pandemia, o que custou a vida de mais de 700 mil brasileiros e brasileiras.
Como não poderia ser diferente, perdeu as eleições de 2022 para o presidente
Lula (PT).
Em seguida, tentou dar um golpe de Estado para se manter
no poder na base da força. Em uma ideia tresloucada, para dizer o mínimo,
arquitetou o assassinato do presidente eleito (Lula), seu vice (Geraldo
Alckmin) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Claro que haveria duras consequências.
O bolsonarismo teve seu maior líder, o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), julgado, condenado e preso pela tentativa de anular a
democracia com o golpe de Estado. Um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro (PL), se
diz exilado nos Estados Unidos (EUA), mas foi ao país com o intuito de
articular sansões contra autoridades brasileiras e tarifas à economia do
Brasil, em retaliação à condenação do pai.
Mas, do alto do seu “exílio”, Eduardo Bolsonaro está
prestes a perder o mandato de deputado federal e conseguiu apenas jogar a pauta
da soberania nacional no colo de Lula para facilitar sua reeleição, em 2026.
Além disso, dificultou a vida de diversos produtores brasileiros com as tarifas
comemoradas pelo bolsonarismo, atraindo para o grupo a antipatia de quem
trabalha sério nesse país.
Como derradeira tentativa de se manter vivo na memória do
eleitorado, Jair Bolsonaro, de dentro da cadeia, lançou seu filho, o senador
Flávio Bolsonaro (PL), como pré-candidato a presidente, sem apoio e com o
histórico de derrotas dos últimos anos do bolsonarismo. O centrão ignorou.
Descartou a possibilidade de apoio ao primogênito do clã.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o líder do PP na
Câmara, Luizinho Teixeira (PP-RJ), deram declarações, na última quinta-feira
(11), que reforçam o isolamento de Flávio Bolsonaro. Kassab desejou “boa sorte”
a Flávio e disse que o PSD trabalha com dois cenários em 2026: apoiar Tarcísio
ou lançar Ratinho Jr. Luizinho disse à Folha de São Paulo que a Federação UB/PP
se sente “liberada” em 2026 e que o filho de Jair Bolsonaro fez um movimento isolado.
A pá de cal no bolsonarismo foi jogada pelo presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, ontem (12), quando decidiu retirar o ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane, da
lista de sancionados da Lei Magnitsky. Significa que o líder norte-americano
abandonou a família Bolsonaro. Era última carta do bolsonarismo para ter alguma
legitimidade fora do Brasil e com isso atrair de volta o apoio dentro do país.
Cadê o povo? – O
bolsonarismo esperava de Donald Trump a chancela internacional para o discurso
fantasioso de que Jair Bolsonaro é uma grande vítima. Perdeu esse trunfo e foi
jogado à própria sorte. Mas a família Bolsonaro também contava que haveria
mobilização popular nas ruas contra a prisão do ex-presidente, algo que não
aconteceu. Embora no segundo dia de prisão tenha havido um ato com cerca de 40
pessoas em frente à sede da Polícia Federal, em Brasília, não há mais sinais de
bolsonaristas protestando em apoio ao líder. Uma greve dos caminhoneiros foi até
ensaiada, mas, como se diz na internet, “flopou”, sem concordância da grande
maioria da categoria.
Governistas comemoram 1
– O líder do Governo Lula (PT) na Câmara, Lindbergh Farias
(PT-RJ), declarou que a retirada dos nomes de Alexandre de Moraes, sua esposa,
Vivian Barci de Moraes, e a empresa da família, o Instituto Lex, da lista de
sanções da Lei Magnitsky é um marco para a “defesa da democracia e da soberania
nacional”. Segundo ele, o recuo dos EUA expõe a derrota de atores que, de
acordo com o deputado, tentaram utilizar “pressões externas contra o STF” no
caso da tentativa de golpe de 2022.
Governistas comemoram 2
– Já a ministra das Relações Institucionais, Gleisi
Hoffmann, disse que o recuo do governo norte-americano representa um “resultado
importante” para o país e atribuiu ao presidente Lula o protagonismo no diálogo
com Trump. “Foi Lula quem colocou esta revogação na mesa de Donald Trump, num
diálogo altivo e soberano”, afirmou Gleisi.
Perguntar não ofende: O que resta ao bolsonarismo?
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