A pesquisa do Datafolha apontando uma queda na avaliação da gestão de Lula para 35% acendeu uma luz vermelha no Palácio do Planalto. Nunca, três vezes presidente da República, o petista esteve tão em baixa. Os números, para desespero dele, se equiparam ao período mais complicado da era Bolsonaro.
Lula vai pior entre a parcela da população mais ligada ao bolsonarismo, de acordo com a pesquisa. Entre a classe média, que ganha de 5 a 10 salários-mínimos, 47% dos entrevistados consideram a gestão do petista “ruim ou péssima”. Os níveis de desaprovação se repetem entre a parcela da população que ganha até 10 salários-mínimos, com 46%.
Entre pessoas que têm diploma de curso superior, de 43%; bolsonaristas evangélicos, 41%; moradores do Centro-Oeste, 40%; e do Sudeste, 39%. Quando comparado ao segundo mandato do petista, de 2007 a 2010, entretanto, há diferenças marcantes: 64% aprovavam o governo e somente 8% o consideravam ruim ou péssimo. Já a avaliação do governo como regular era de 28%, semelhante a atual.
A pesquisa ressalta que as últimas declarações do presidente Lula sobre a crise na Venezuela, quando disse que “não tem nada de grave, nada de anormal” nas eleições sob suspeita naquele país, ocorreram enquanto os pesquisadores já faziam as entrevistas, mas, segundo eles, a política externa não contribui tanto na avaliação dos governos.
O resultado, segundo os pesquisadores, reflete ainda a extrema polarização no eleitorado, vista há alguns anos no País, e faz com que as fatias intermediárias, ou seja, as que consideram o governo como “regular”, sejam as mais “fiéis” na balança.
Reprovação crescente nos evangélicos – Entre os evangélicos, a reprovação ao governo Lula subiu de 38% para 43%, enquanto a aprovação oscilou de 26% para 25%. Os que consideram o governo regular caíram de 34% para 30%. O levantamento mostra também que 44% dos entrevistados acreditam que o governo Lula tem mais vitórias do que derrotas, enquanto 42% consideram o contrário. No segmento com renda de dois a cinco salários-mínimos, a avaliação negativa de Lula foi de 35% para 39%. Já na faixa de cinco a dez salários, esta avaliação subiu de 38% para 48%. Para 58% dos eleitores entrevistados, o presidente da República fez menos do que poderia no governo. Já 24% consideram que Lula cumpriu o prometido, e 15%, que superou as expectativas.
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