Do G1
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, hoje, que a política monetária, ou seja, a definição da taxa básica de juros da economia pelo Banco Central, com base em um sistema de metas, “não pode jogar o país em uma recessão”. Ele deu as declarações em entrevista à rádio Cidade, de Caruaru (PE).
“Depende da hora e depende da dose. Se está tendo um repique inflacionário, precisa corrigir. O remédio é aumentar a taxa de juros para coibir alta de preços, mas isso tem de ser feito da maneira correta, na dose certa. É como antibiótico, não pode tomar a cartela em um dia, não pode tomar nem menos e nem mais. Política monetária tem que ter sabedoria. Não pode jogar o país em uma recessão”, declarou Haddad.
· Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu a taxa de juros pela quarta vez seguida, para 13,25% ao ano, o maior patamar de juros reais do planeta, e indicou que deve realizar novo aumento de um ponto percentual em março deste ano.
· A lógica do Banco Central subir os juros, para conter a inflação, é justamente desaquecer a economia, que vem registrando taxas elevadas de crescimento.
· O objetivo do BC é tentar conter das expectativas de inflação para os próximos anos e, com isso, atingir as metas fixadas (centro de 3%, e teto de 4,5% ao ano). A instituição também admitiu que o preço alto dos alimentos deve se propagar e admite novo estouro da meta de inflação em junho.
· No fim do mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou, o fato de a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) presidida por Gabriel Galípolo ter mantido o ritmo de alta dos juros da economia. “O presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau num mar revolto de uma hora para outra”, afirmou, na ocasião.
· Nesta semana, Lula disse acreditar que o Brasil precisa passar por um “processo educacional” para que os consumidores aprendam a desviar de preços mais altos no supermercado e substituir aquela compra por produtos similares. “Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra”, acrescentou.
Questionado sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que a população não deve comprar produtos considerados caros nos supermercados, Haddad não respondeu.
Disse apenas que, mesmo com seca, inundação no Rio Grande
do Sul e disparada do dólar no fim do ano passado, os preços “ainda estão
abaixo do que o presidente lula herdou do presidente Bolsonaro”.
“Vamos continuar tomando medidas de aumentar salário mínimo, corrigir tabela do IR, baixar o dólar, e melhorar a safra para combater os preços altos”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No tripé macroeconômico utilizado na economia brasileira, não há meta formal para a taxa de câmbio, que é flutuante, ou seja, o dólar sobe e desce de acordo com o fluxo de oferta e demanda da moeda norte-americana.
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