Dois dias após uma declaração infeliz na Paraíba, uma
verdadeira blasfêmia, quando afirmou que “Deus deixou o sertão sem água porque
ele sabia que eu ia ser presidente e que eu ia trazer água para cá”, o presidente
viu a desaprovação do seu Governo, ontem, chegar ao fundo do poço: 54%, segundo
pesquisa do Atlas Intel.
Em relação ao levantamento anterior, subiu de 50,1% para 53,7%, após uma breve queda. A aprovação do governo também apresentou sinais negativos, passando de 46,1% no mês anterior para 45,4% em maio. A avaliação de ruim/péssimo subiu de 47,7% para 52,1%, enquanto a avaliação regular caiu de 9,6% para 6%.
O único indicador positivo do governo Lula – que já vinha crescendo – foi a avaliação de ótimo/bom, cujo percentual subiu de 40,2% para 41,9%. O crescimento da reprovação do governo Lula pode-se explicar pela revelação do escândalo nacional sobre descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo a pesquisa, houve um salto de 47% para 60% no índice de percepção de corrupção, sendo considerado o maior problema do Brasil na avaliação dos entrevistados. O nível de desconfiança é tão grande entre os brasileiros que, para 57% dos entrevistados, é muito provável que o Brasil “enfrente novas revelações sobre grandes fraudes ou esquemas de corrupção”. Apenas 10% acreditam ser “nada provável”.
A percepção dos entrevistados sobre o presidente Lula (PT) também piorou. O índice de desaprovação subiu de 47% em abril para 54% em maio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também viu sua rejeição passar de 52% para 56%.
PIB volta a crescer – Mas ontem o Governo também teve uma boa notícia: o PIB (produto interno bruto) do país cresceu 1,4% de janeiro a março de 2025 na comparação com o trimestre anterior. Em valores correntes, a economia brasileira totalizou R$ 3,0 trilhões no período, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado ontem. Quando o PIB cresce, indica que a economia está aquecida. A variação acelerou em relação ao 4º trimestre de 2024, quando foi de 0,1%.
Perguntar não ofende: Lula vai conseguir estancar a queda na avaliação negativa do seu Governo?
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