O ex-presidente Jair Bolsonaro procurou ressaltar, em
depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não tinha relação com os
acampamentos montados na frente dos quarteis que pediam intervenção militar, no
fim de 2022. O ex-presidente chamou alguns de manifestantes de “malucos” por
defender o Ato Institucional nº 5, de 1968, e a intervenção militar e que não
desmobilizou o movimento para que a Praça dos Três Poderes não fosse ocupada.
— Agora, tem sempre os malucos, que ficam pedindo AI-5,
intervenção militar. As Forças Armadas jamais embarcariam nessa. Nós não
estimulamos nada de anormal — disse Bolsonaro, destacando que “não torceu para
o pior”. As informações são do Jornal O Globo.
O ex-presidente defendeu ainda que a Polícia Federal
deveria investigar as pessoas responsáveis pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo o político do PL, era um “pessoal conservador diferente do nosso”.
— Não sei por que a Polícia Federal não investigou essas
pessoa para ir até o 8 de janeiro [em Brasília]. Essas pessoas foram embora, e
deixaram o povo acampado lá.
Não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro — disse
ele, e completou:
— Não tem nada meu ali estimulando aquela baderna que nós
repudiamos, que nós nunca fizemos isso ao longo dos anos.
O ex-mandatário está sendo ouvido nesta tarde no curso da
ação penal que trata sobre a trama golpista. Ele é um dos oito réus que vão
prestar depoimento até sexta-feira e, segundo a Procuradoria-Geral da República
(PGR), é integrante do “núcleo crucial” da trama golpista.
O interrogatório ocorre no âmbito da ação penal que avalia se Bolsonaro e outros sete réus, o chamado “núcleo crucial”, planejaram um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula no fim de 2022. Eles são acusados dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
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