terça-feira, 10 de junho de 2025

Bolsonaro chama acampados do QG do Exército de ‘malucos’ e diz não ter desmobilizado grupo para não ter Praça do Três Poderes ocupada

O ex-presidente Jair Bolsonaro procurou ressaltar, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não tinha relação com os acampamentos montados na frente dos quarteis que pediam intervenção militar, no fim de 2022. O ex-presidente chamou alguns de manifestantes de “malucos” por defender o Ato Institucional nº 5, de 1968, e a intervenção militar e que não desmobilizou o movimento para que a Praça dos Três Poderes não fosse ocupada.

— Agora, tem sempre os malucos, que ficam pedindo AI-5, intervenção militar. As Forças Armadas jamais embarcariam nessa. Nós não estimulamos nada de anormal — disse Bolsonaro, destacando que “não torceu para o pior”. As informações são do Jornal O Globo.

O ex-presidente defendeu ainda que a Polícia Federal deveria investigar as pessoas responsáveis pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo o político do PL, era um “pessoal conservador diferente do nosso”.

— Não sei por que a Polícia Federal não investigou essas pessoa para ir até o 8 de janeiro [em Brasília]. Essas pessoas foram embora, e deixaram o povo acampado lá.

Não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro — disse ele, e completou:

— Não tem nada meu ali estimulando aquela baderna que nós repudiamos, que nós nunca fizemos isso ao longo dos anos.

O ex-mandatário está sendo ouvido nesta tarde no curso da ação penal que trata sobre a trama golpista. Ele é um dos oito réus que vão prestar depoimento até sexta-feira e, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), é integrante do “núcleo crucial” da trama golpista.

Frente a frente
Esta é a primeira vez que Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, ficam frente a frente em uma audiência na Primeira Turma da Corte para responder a questionamentos sobre a trama golpista. O ex-presidente e o ministro do Supremo já estiveram na mesma sala durante o julgamento da denúncia, em março deste ano, mas não interagiram.

O interrogatório ocorre no âmbito da ação penal que avalia se Bolsonaro e outros sete réus, o chamado “núcleo crucial”, planejaram um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula no fim de 2022. Eles são acusados dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Servidores reclamam de possível fim da estabilidade na reforma administrativa

Nova audiência pode ser convocada para discutir mais detalhes sobre o projeto. Hoje, é praticamente impossível demitir funcionários públicos...