sexta-feira, 1 de agosto de 2025

De 47 produtos exportados pelo RN para os EUA, apenas dois escaparam do tarifaço de Trump

Foto: João Rodrigues de Paiva/ Embrapa

Dentre os 47 produtos exportados pelo Rio Grande do Norte para os Estados Unidos, apenas dois entraram na lista de exceção e não serão tarifados com a taxação de 50% estabelecida por Donaldo Trump: o óleo combustível e a castanha de caju.

Ao todo, cerca de 48% do volume financeiro das exportações potiguares para o mercado norte-americano será afetado pela tarifa adicional de 50%. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), entre os produtos mais exportados no primeiro semestre de 2025, estão os óleos de petróleo em 1º lugar, seguido dos peixes frescos ou refrigerados em 2º e pelos produtos de origem animal em 3º. A lista traz em 4º as pedras de cantaria ou construção e em 5º os produtos de confeitaria sem cacau. Em 2024 o sal também estava nessa lista dos mais exportados.

No primeiro semestre de 2024, em comparação ao de 2025, o Rio Grande do Norte conquistou um crescimento de 120% nas exportações. Foram US$ 30,5 milhões exportados ano passado contra US$ 67,1 no primeiro semestre deste ano, com destaque para os seguintes produtos:

  • Óleo combustível: US$ 23,9 milhões
  • Outros produtos de origem animal, impróprios para alimentação humana: US$ 10,3 milhões
  • Albacoras-bandolim frescos: US$ 4,7 milhões
  • Caramelos e confeitos: US$ 4,1 milhões
  • Sal marinho: US$ 3,3 milhões
  • Albacoras/atuns: US$ 3,2 milhões
  • Outros granitos: US$ 2,6 milhões
  • Outros açúcares de cana: US$ 2,1 milhões
  • Outros peixes congelados: US$ 2 milhões
  • Castanha de caju: US$ 1,9 milhões

Já as importações, nesse mesmo período, caíram de US$ 41,8 milhões para US$ 26,9 milhões, o que representa uma baixa de 35%.

Por meio de nota, emitida na tarde desta quinta (31), a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Sedec) informou que está monitorando de forma contínua os desdobramentos das taxações anunciadas por Trump desde que elas começaram, em março de 2025, para orientar estratégias e ações que minimizem os impactos econômicos sobre o setor produtivo potiguar.

“Diante desse cenário, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte informa que adotará todas as medidas cabíveis, em articulação com o Governo Federal, com o objetivo de dar continuidade às negociações diplomáticas e institucionais, buscando mitigar os efeitos da medida e preservar a competitividade das exportações do estado”, informou a Sedec.

A lista

Nesta quarta (30), o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que oficializa o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos. O documento trouxe, também, uma lista com 694 produtos que não sofrerão taxações, como no caso do suco de laranja, dos aviões da Embaer, da castanha de caju e do óleo de petróleo. A taxação deve entrar em vigor dia 6 de agosto.

Dentre os produtos mais exportados pelo RN, os pescados, o sal, as frutas e produtos de confeitaria sem cacau estão na lista daqueles que vão sofrer com a sobrecarga de impostos, o que inviabilizaria a entrada dos produtos potiguares no mercado norte americano.

Por Mirella Lopes

A guerra é ideológica

Na volta ao poder, depois da deprimente e dramática experiência na prisão, consequência da operação Lava Jato, o presidente Lula (PT) não teve a mesma sorte das duas passagens anteriores pelo Palácio do Planalto. Na derrota imposta a Bolsonaro, em 2022, o único chefe de Nação no Brasil não reeleito, Lula encontrou um Congresso ultraconservador, com viés bolsonarista, especialmente a Casa Alta, o Senado, recheado de senadores do PL, a maior bancada.

Na política internacional, também se deu mal. Torceu pela candidata Kamala Harris, do Partido Democrata, da sua mesma linhagem de esquerda. Foi eleito o conservador Donald Trump, do Partido Republicano, a quem o petista chamou de fascista ao longo da campanha. Lula nunca se preocupou em abrir uma interlocução com o novo presidente americano. Em seis meses de governo, Trump adotou uma postura vingativa, de perseguição ao presidente brasileiro.Agravada, neste momento, com o tarifaço de 50% aos produtos brasileiros no comércio bilateral com os Estados Unidos. 

O que se assiste, por trás desta guerra econômica, é uma guerra ideológica, de um governo de esquerda, o do Brasil, contra o um governo de direita, o dos EUA. Na sua beligerância ideológica, Trump não persegue apenas Lula. Quem for de esquerda, ganha a ira implacável do chefe de Estado mais poderoso do mundo.

Assim, Trump ampliou a ofensiva aos países da América Latina, numa tentativa de frear a aproximação da região com a China. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, que cuida da diplomacia, é um radical de direita igual ao chefe. Abriu, há pouco, um processo judicial contra o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe – de direita – condenado por suborno e fraude. 

Rubio acusou magistrados, que chamou de “radicais”, de usar o Judiciário como uma arma política, afirmando que a decisão abre um precedente preocupante, postura parecida à feita por Donald Trump ao Supremo brasileiro, responsável por julgar a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Orientado por Trump, Rubio também fez críticas ao vizinho da Colômbia, a Venezuela. Numa publicação oficial da chancelaria americana, disse que Nicolás Maduro não é o presidente legítimo do País e acusou o socialista de ser integrante de um cartel que atua na exportação de cocaína aos Estados Unidos e à Europa.

A agência americana de repressão a drogas ofereceu US$ 25 milhões a quem contribuir com informações que levem à prisão de Maduro. A tensão entre os líderes da América Latina e a Casa Branca tem como pano de fundo o avanço da presença chinesa na região. Sob Donald Trump, Washington tem pressionado os parceiros regionais a abandonar projetos estratégicos com Pequim. Inclusive com ameaças militares, como no caso do canal do Panamá.

IMPERADOR DO MUNDO – A deterioração das relações entre Brasil e Estados Unidos entrou num patamar mais preocupante após o governo de Donald Trump abrir uma investigação contra o que chama de práticas comerciais desleais brasileiras. A isso, soma-se a posição de Trump de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e acusar a Justiça brasileira de perseguir o ex-presidente, alvo de uma operação da Polícia Federal. Em reação a Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem defendendo a “soberania” das instituições brasileiras. Em recente entrevista à imprensa americana, o brasileiro disse que Trump quer ser o “imperador do mundo”.

Haddad na linha de frente – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido duro nas suas críticas à doutrina trumpista. Para ele, a postura americana radical de direita afasta ainda mais os aliados de Washington. “Eu fui designado pelo presidente Lula, durante os dois anos do governo Biden, durante os dois últimos anos, para estreitar as relações com os EUA. Eu tive inúmeras conversas com a secretária (do Tesouro Janet) Yellen, buscando parcerias com os EUA, sob alegação de que eles estavam perdendo terreno na América do Sul”, lembrou Haddad.

Por Magno Martins


Vereda Grande: operação do MPRN combate esquema de lavagem de dinheiro para organização criminosa

Ação busca atingir o núcleo financeiro da organização criminosa Sindicato do Crime, enfraquecendo sua capacidade de financiar atividades ilícitas

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta quinta-feira (31) a operação Vereda Grande. A ação visa desarticular um esquema de lavagem de dinheiro para uma organização criminosa com atuação no Estado. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas cidades potiguares de Natal e Assu, e ainda em São Paulo (SP).

A investigação apura a integração de suspeitos à organização criminosa Sindicato do Crime e a prática de lavagem de dinheiro. O grupo utilizava contas bancárias de interpostas pessoas, os chamados “laranjas”, para movimentar e ocultar valores obtidos com atividades ilícitas, principalmente o tráfico de drogas. A análise dos dados bancários revelou transações financeiras milionárias incompatíveis com a capacidade econômica dos investigados.

A ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRN busca atingir o núcleo financeiro da organização criminosa, enfraquecendo sua capacidade de financiar atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e a compra de armas.

O MPRN iniciou a apuração para desmantelar o braço financeiro da organização criminosa, buscando cessar a dissimulação de ativos provenientes das atividades do grupo. A investigação constatou que os suspeitos não possuíam renda lícita ou apresentavam rendimentos formais muito baixos que não justificavam as altas quantias movimentadas em suas contas, o que levantou fortes indícios da prática de lavagem de dinheiro para a organização criminosa.

A operação Vereda Grande é um desdobramento da operação Sentinela, também do MPRN, que investigava a atuação de uma mulher, já denunciada por integrar a mesma facção criminosa. Foi a partir de um Relatório de Informações Patrimoniais produzido na Sentinela que se descobriu uma transação suspeita entre ela e um investigado na operação Vereda Grande, no valor de mais de R$ 300 mil em apenas dois meses, dando origem à nova apuração.

As investigações apontam que a conta bancária desse homem era uma das principais no esquema, sendo utilizada por terceiros para as atividades da organização criminosa. Familiares dele também são investigados por envolvimento, pois compartilhavam o mesmo e-mail e endereço de cadastro e realizaram diversas transações suspeitas. Outras pessoas também são investigadas e foram alvos dos mandados.

A desproporção financeira dos investigados ficou evidente nos autos. O homem apontado como cabeça desse esquema, que já teve passagem pelo sistema prisional e não possui fonte de renda lícita registrada, movimentou mais de R$ 1,1 milhão entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2024. No mesmo período, uma outra investigada, com renda declarada de aproximadamente R$ 1.600, transacionou um total superior a R$ 1,3 milhão. Outros investigados também eram beneficiários de programas sociais do Governo Federal, como o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família.

A ação contou com o apoio da Polícia Militar potiguar e do Ministério Público e das Polícia Civil de São Paulo. O cumprimento dos mandados da Operação Vereda Grande contou com a participação de dois promotores de Justiça do MPRN, 11 servidores do MPRN e o apoio de 20 policiais militares do Rio Grande do Norte.

Foram apreendidos dinheiro, equipamentos eletrônicos, cartões de crédito e documentos. O material apreendido será a analisado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)com o objetivo de aprofundar as provas sobre o esquema de lavagem de capitais, identificar outros possíveis integrantes do grupo criminoso e delimitar a responsabilidade de cada investigado.

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De 47 produtos exportados pelo RN para os EUA, apenas dois escaparam do tarifaço de Trump

Foto: João Rodrigues de Paiva/ Embrapa Dentre os 47 produtos exportados pelo Rio Grande do Norte para os Estados Unidos, apenas dois entrara...