O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal
Federal), determinou nessa quinta-feira (23) que os legislativos estaduais e
municipais adotem as mesmas regras de transparência e rastreabilidade aplicadas
a emendas parlamentares federais.
De acordo com a decisão, a execução de emendas
parlamentares já aprovadas por deputados estaduais e vereadores para 2026
deverão ser travadas até que as assembleias e câmaras demonstrem o cumprimento
das regras de transparência e rastreabilidade. As informações são da CNN.
Para cumprir a determinação, serão notificados os
tribunais de contas estaduais, do DF e municipais, além dos Ministérios
Públicos de Contas, Procuradorias Gerais e Ministérios Públicos estaduais, para
que adotem as medidas necessárias e garantam que os processos de execução das
emendas estaduais e municipais sigam o modelo federal de transparência e
rastreabilidade. Uma audiência também será realizada em março de 2026 para
verificar o avanço das medidas.
“Não faz sentido que o dever de identificar a origem e os
beneficiários finais dos recursos públicos (transparência e rastreabilidade
ponta a ponta) se limite ao plano federal, permitindo que os mesmos vícios,
opacidade, fragmentação, ausência de planejamento e controle social, persistam
nos níveis estadual, distrital e municipal. Em outras palavras, teríamos um
sistema constitucional que exige transparência seletiva, apenas no ente
federal, mas que tolera práticas deletérias no nível subnacional”, afirmou o
ministro na decisão.
Segundo Dino, a medida marca o início de uma nova fase no
processo das emendas. Ele ressaltou que a jurisprudência do Supremo determina
que o modelo federal deve ser seguido obrigatoriamente pelos entes
subnacionais.
Convocada pelo ministro, a audiência dessa quinta teve
como objetivo avaliar os avanços na rastreabilidade das transferências
especiais e esclarecer os efeitos das decisões já tomadas pela Corte, incluindo
a que derrubou o chamado “orçamento secreto”.
Durante a sessão, Dino também defendeu que emendas
parlamentares federais de anos anteriores sejam auditadas por órgãos de
controle.
Segundo ele, há entre 35 mil e 40 mil prestações de
contas de emendas que ainda não foram analisadas. “É preciso encontrar um
encaminhamento institucional adequado, todos nós certamente concordamos com
isso porque é impossível abrirmos um tapete gigante e colocar isso embaixo”,
afirmou o ministro.
Na audiência, representantes do TCU e do Ministério de
Gestão e Inovação apresentaram atualizações em plataformas públicas para
monitoramento da execução das emendas parlamentares.
Uma das novidades é a publicidade dos nomes das empresas contratadas para execução de serviços e obras com recursos das emendas Pix. Os gestores também destacaram melhorias em aplicativos de gestão, fiscalização e transparência de gastos.
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