Por Larissa Rodrigues –
Repórter do blog Magno Martins
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), deve
uma satisfação ao povo brasileiro. O Rio de Janeiro não é apartado do Brasil, e
a repercussão internacional sobre o massacre promovido sob o comando de Castro
recai sobre o país de forma geral.
Faz com que países civilizados se questionem se há Poder
Judiciário no Brasil, se aqui as leis são seguidas ou se normalizamos o
assassinato de suspeitos em favelas. Não existe República do Rio de Janeiro. É
tudo Brasil — os mais de 130 mortos são todos brasileiros.
A ação, considerada por Castro “um sucesso”, é uma
tragédia que ainda não mostrou todas as suas consequências. Entre os mortos,
incluindo policiais, há, sem dúvida, inocentes que pagaram com a vida pelo
endereço no qual viviam. Cláudio Castro jamais se atreveria a realizar uma
“operação” desse tipo nos bairros nobres do Rio de Janeiro.
Mesmo para os que não eram inocentes, a pena de morte não
foi instituída no território nacional. Não é possível normalizar a barbárie
como forma de combate ao crime. O Brasil mostrou este ano que a democracia está
viva e dá sinais de solidez, ao condenar os responsáveis pela trama golpista
que tinha por finalidade tomar o poder e invalidar as eleições de 2022.
A Justiça existe e deve ser respeitada, independentemente
do endereço. Se há suspeita de que um ser humano é criminoso, deve-se levá-lo
às instâncias corretas e à aplicação da lei, não jogar seu corpo sem vida em
uma área de mata e deixar que moradores das redondezas o localizem. Governador
algum, sob argumento algum, tem esse direito.
Além de covarde, midiática, eleitoreira e rasa, a
iniciativa do Estado do Rio de Janeiro é absolutamente ineficaz contra o crime
organizado, uma vez que focou apenas nos “alvos fáceis” das facções.
Os mortos representam apenas a “bucha de canhão” dos
grupos criminosos. Não se tem informação, por exemplo, de uma operação contra o
“andar de cima”, onde estão os braços político e econômico do Comando Vermelho.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que
Cláudio Castro fez “praticamente nada” contra o contrabando de combustíveis,
que financia facções. “O governo do Rio tem feito praticamente nada em relação
ao contrabando de combustível, que é como você irriga o crime organizado”,
disse Haddad.
“Para você pegar o andar de cima do crime organizado, que
é quem efetivamente tem dinheiro na mão e municia as milícias, você tem que
combater de onde está vindo o dinheiro”, afirmou o ministro da Fazenda. Mas o
andar de cima não mora nos complexos da Penha e do Alemão.
Supremo em ação –
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou
ontem (29) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), envie
informações sobre a megaoperação realizada na capital fluminense, na última
terça-feira (28), na qual mais de 130 pessoas morreram. Cláudio Castro deverá
apresentar as informações durante audiência sobre a ação em 3 de novembro. “O
governador deverá apresentar as informações de maneira detalhada na audiência
designada”, determinou o ministro. As informações são do g1.
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