quinta-feira, 30 de outubro de 2025

O massacre promovido por Cláudio Castro: covarde, midiático e eleitoreiro

Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog Magno Martins

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), deve uma satisfação ao povo brasileiro. O Rio de Janeiro não é apartado do Brasil, e a repercussão internacional sobre o massacre promovido sob o comando de Castro recai sobre o país de forma geral.

Faz com que países civilizados se questionem se há Poder Judiciário no Brasil, se aqui as leis são seguidas ou se normalizamos o assassinato de suspeitos em favelas. Não existe República do Rio de Janeiro. É tudo Brasil — os mais de 130 mortos são todos brasileiros.

A ação, considerada por Castro “um sucesso”, é uma tragédia que ainda não mostrou todas as suas consequências. Entre os mortos, incluindo policiais, há, sem dúvida, inocentes que pagaram com a vida pelo endereço no qual viviam. Cláudio Castro jamais se atreveria a realizar uma “operação” desse tipo nos bairros nobres do Rio de Janeiro.

Mesmo para os que não eram inocentes, a pena de morte não foi instituída no território nacional. Não é possível normalizar a barbárie como forma de combate ao crime. O Brasil mostrou este ano que a democracia está viva e dá sinais de solidez, ao condenar os responsáveis pela trama golpista que tinha por finalidade tomar o poder e invalidar as eleições de 2022.

A Justiça existe e deve ser respeitada, independentemente do endereço. Se há suspeita de que um ser humano é criminoso, deve-se levá-lo às instâncias corretas e à aplicação da lei, não jogar seu corpo sem vida em uma área de mata e deixar que moradores das redondezas o localizem. Governador algum, sob argumento algum, tem esse direito.

Além de covarde, midiática, eleitoreira e rasa, a iniciativa do Estado do Rio de Janeiro é absolutamente ineficaz contra o crime organizado, uma vez que focou apenas nos “alvos fáceis” das facções.

Os mortos representam apenas a “bucha de canhão” dos grupos criminosos. Não se tem informação, por exemplo, de uma operação contra o “andar de cima”, onde estão os braços político e econômico do Comando Vermelho.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que Cláudio Castro fez “praticamente nada” contra o contrabando de combustíveis, que financia facções. “O governo do Rio tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível, que é como você irriga o crime organizado”, disse Haddad.

“Para você pegar o andar de cima do crime organizado, que é quem efetivamente tem dinheiro na mão e municia as milícias, você tem que combater de onde está vindo o dinheiro”, afirmou o ministro da Fazenda. Mas o andar de cima não mora nos complexos da Penha e do Alemão.

Supremo em ação – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem (29) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), envie informações sobre a megaoperação realizada na capital fluminense, na última terça-feira (28), na qual mais de 130 pessoas morreram. Cláudio Castro deverá apresentar as informações durante audiência sobre a ação em 3 de novembro. “O governador deverá apresentar as informações de maneira detalhada na audiência designada”, determinou o ministro. As informações são do g1.


Lula estarrecido – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou ontem que o presidente Lula (PT) ficou “estarrecido” com o número de mortes na megaoperação contra o crime organizado realizada no Rio de Janeiro. A operação, que mirou a facção Comando Vermelho (CV), foi considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. Lula estava retornando de viagem à Ásia durante o massacre e foi informado ao chegar a Brasília, na noite da última terça-feira (28). Ontem, ele passou a manhã reunido com ministros.

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