terça-feira, 18 de novembro de 2025

MME conclui estudo que prevê de linha de transmissão entre RN e PR

Corredor vai garantir escoamento da produção de energia do RN| Foto: Sandro Menezes

O Ministério de Minas e Energia (MME) concluiu um estudo de planejamento que vai permitir a realização do leilão de transmissão para o corredor expresso Bipolo Nordeste 2, com 2.500 km de extensão entre as cidades de Angicos (RN) e Itaporanga 2 (PR). Este será o primeiro sistema em tecnologia VSC de longa distância no Brasil, representando um avanço tecnológico inédito e um marco global na integração segura de grandes blocos de energia renovável. O sistema VSC permite o controle preciso de potência, facilitando a conexão de fontes intermitentes, como a eólica e solar.

De acordo com o MME, a nova interligação Nordeste–Sul responde a necessidades estruturais do Sistema Interligado Nacional (SIN). A expectativa, conforme divulgado pelo ministério na última sexta-feira (14), é expandir a capacidade de exportação do Nordeste de 13 GW (2025) para 24 GW (2035), viabilizando até 60 GW de potência instalada em geração eólica e solar no Norte e Nordeste no horizonte decenal.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a decisão foi guiada por estudos estratégicos recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Além disso, a infraestrutura reforça a flexibilidade e a estabilidade operativa do sistema elétrico nacional, sendo mais resiliente a falhas sistêmicas e facilitando a conexão de fontes intermitentes.

“Essa expansão fortalece pilares centrais do desenvolvimento elétrico brasileiro, acelerando a transição energética de forma segura e eficiente de fontes renováveis. Também garante mais segurança e resiliência operativa, além de fomentar a competitividade industrial, com suporte à nova economia verde, à produção de hidrogênio de baixa emissão e à instalação de data centers”, afirmou o ministro.

O secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Gustavo Ataíde, destacou que o projeto também prevê elevar a capacidade de importação da região Sul para 17 GW em 2033 e 18 GW em 2035. “Esse projeto amplia a resiliência em cenários de escassez hídrica e assegura o atendimento à crescente demanda regional, impulsionada por novas cargas industriais”, afirmou Ataíde durante o evento Accelerating Action on Grids and Storage, realizado durante a COP30, em Belém, na última sexta-feira (14).

Para a governadora Fátima Bezerra, os investimentos em infraestrutura de transmissão de energia atendem às crescentes demandas do RN.

“A expansão das linhas de transmissão é essencial para consolidar novos projetos de produção de energia eólica e fotovoltaica no Rio Grande do Norte e no Nordeste. Já produzimos um volume expressivo de energia que precisa ser escoado de maneira contínua e segura. Então, esse anúncio do Governo Federal é uma conquista fundamental. O Ministério atende a um pleito de todo o Nordeste e nos coloca em posição de buscar novos investimentos”, disse a governadora.

O secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN), Hugo Fonseca, também ressaltou a importância do projeto. “Atrelada a outras obras que estão em execução, como os compensadores síncronos (dispositivos utilizados para melhorar a eficiência e a confiabilidade das redes elétricas), esse conjunto de obras de infraestrutura dará segurança ao sistema elétrico no Rio Grande do Norte, justamente para poder escoar a nossa produção nas próximas décadas e o RN receber mais investimentos nesse setor”, afirmou. “Isso irá viabilizar mais de 60 GW de potência instalada em geração eólica e solar no RN e região Nordeste, trazendo bilhões de reais em investimentos”, comemorou Fonseca.


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