Foto: Luis Fortes/MEC
A apuração sobre o possível vazamento de itens do Enem
2025 voltou a ganhar força após análise do GLOBO apontar
que o estudante de Medicina Edcley Teixeira — suspeito de antecipar questões do
exame — pode ter tido acesso também a perguntas aplicadas no primeiro domingo
da prova. Além das nove questões já identificadas no segundo dia, ao menos duas
de Linguagens e Ciências Humanas apresentam semelhanças significativas com
conteúdos divulgados em materiais e apostilas usados pelo universitário em seus
cursos. Até agora, apenas três itens foram anulados pelo Ministério da Educação
(MEC), que acionou a Polícia Federal para investigar o caso.
Os materiais analisados mostram situações praticamente
idênticas às cobradas no exame, como um exercício sobre produção de tijolos que
apresentava a mesma situação-problema e dados iguais aos da questão oficial —
mudando apenas uma alternativa. O Inep, porém, afirma que não irá anular novos
itens e sustenta que eventuais memórias de questões pré-testadas ao longo dos
anos não comprometem a integridade do Enem. Edcley, que dizia participar desses
pré-testes, publicava antecipações desde março, incluindo questões de
probabilidade e Química que acabaram de fato aparecendo na prova.
O caso ganhou maior repercussão após a divulgação de uma
live em que o estudante apresentava exercícios praticamente idênticos aos
cobrados no segundo dia do Enem. Um dia depois, o MEC anulou três questões e
confirmou ter acionado a PF, que cumpriu mandado de busca e apreensão na
residência de Edcley, no Ceará. O ministro Camilo Santana reforçou que o
resultado do exame será mantido, e que não há previsão de anular a avaliação.
Mensagens obtidas pelo g1 mostram
que Edcley pagou participantes de um concurso para memorizar questões e
repassá-las, com valores a partir de R$ 10 — prática que ele agora alega ter
ocorrido “apenas este ano”. Em declarações recentes, o estudante sustenta que
as semelhanças são coincidências e que o uso das questões em seus materiais
seria uma “inspiração” baseada em memórias dos pré-testes, negando intenção de
burlar o processo.
Com informações do O Globo
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